quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Congestionamento


Às sete horas de uma manhã agitada Corro para pegar o ônibus e quase o perco Busco um lugar e sento calada Então contemplo meus sentimentos num beco Que cilada! Pela janela vejo metal e concreto Congestionamentos urbanos e meus Em minha mente entoa teu decreto E meu coração ressoa a canção de adeus Me desconserto. Avenida Mister Hull engarrafada Me afogo nestes sentimentos Preferia mil vezes estar alcoolizada Sem nenhum deste pensamentos A estar aqui enlatada Remoendo tormentos

A vida de Sangue&Alma

Recusas


Recusam-se as árvores a dar flores Recusa-se a boca a provar novos sabores Recusa-se o coração a sentir outros amores Recusa-se a mente a sofrer dessas dores A que recuso-me eu? Que, de tanto aceitar, Acabei por me recusar. Recuso viver, recuso amar, recuso sentir e lamentar Recusei a mim. E hoje recuso recusar.


A vida de Sangue&Alma

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Rios intermitentes


Dois rios de água morna, cada um brotando de sua nascente castanha, correndo pelas maçãs e desaguando naqueles lábios rubros. Lábios mal acostumados com o doce do amor e que agora se embriagam no sal desses rios. Rios caudalosos, rios intermitentes, mornos e salgados. Rios oriundos do coração.
Um coração que fora do inferno ao céu e agora arremessado ao purgatório. Coração pesaroso, ainda mais aturdido pelo limbo da mente. Nada é certo. Nada está certo. Há algo que não parece bem. Mas o que? O que, eu lhe pergunto. O que? Não sei. Ninguém sabe.
Não esmoreças meu caro coração, divido contigo a fúria desses rios, te apoio em meus ombros, caminharei ao teu lado para que te livres do limbo. Lembra-te que não te falta amor. Pode ser diferente daquele que querias, mas sempre terás o meu amor. Se as lágrimas são cálidas, há uma fonte de calor dentro de ti. Então deixa essa chama aquecer teu sangue e luta pelo que é melhor pra ti. Sê feliz!


A vida de Sangue&Alma
Dedicado àquela amiga de tanto tempo.