sábado, 19 de outubro de 2013

Prisioneira

   Pulsos e tornozelos presos a grilhões numa das paredes de um calabouço imundo, refém de sua tola e equívoca depressão desmedida que se alimentava da mente debilitada e desmotivada a libertar-se. Trêmula, permitindo-se encurralar por devaneios em posse das mais diversas artimanhas, gozando da vantagem de conhecer cada fraqueza de sua débil vítima.
   A verborragia autodepreciativa faz de dela uma deprimente figura que implora por atenção. Via-se cercada de olhos dotados de uma esforçada paciência com um brilho piedoso e sentia-se envergonhada, suja pela incapacidade de livrar-se desta prisão mental a qual se impusera. Uma impotência que só existe na depressão de um ser frágil e masoquista, incapaz de conter as próprias sombras quando não pode exterminá-las.

   Dores e temores metamorfoseando-se diante dela, dúvidas inquietantes e sombras invisíveis sussurrando e praguejando. Uma Julieta que teve furtado o suicídio. Um rastro da luz de outrora, ou menos que isso. O mero disfarce que mascara o dissabor de seu questionável ser. 

A vida de Sangue&Alma

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Encontro

És aquele que bebe de mim
Os mais doces sentimentos
E como numa valsa,
Tão leve assim,
Conduz meus movimentos

Flutuando valsamos então
E na segurança do teu abraço
Com o calor das tuas palavras ao meu ouvido
E o encaixe perfeito das tuas mãos
Eternizamos nosso laço

Encontram-se os olhares
Palpitam os corações
Ao delicado toque dos teus lábios
Já não controlo as emoções

Pela luz das estrelas
Nosso encontro é banhado
Sendo a lua uma cúmplice
Do casal apaixonado


A vida de Sangue&Alma 
e
Mázida B. de Lima

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Luxúria


Desperta-me o aroma das flores
O prenúncio da tua chegada
E logo afloram os calores
Aproximando-se a hora marcada

A tua presença exala
Os ares da paixão
E o teu olhar me fala
Num jogo de sedução

Entre sorrisos e amores
Num beijo estalado
Misturam-se os sabores
Deixando um corpo abrasado

Tuas carícias caminham
Por toda minha pele
E as curvas sublinham

O desejo arde então
E a tórrida luxúria
Me acomete o coração

Me tomas com voracidade
E os sentimentos têm vazão
Em nossa sagacidade


A vida de Sangue&Alma