A dor
não era minha, mas tomei-a de empréstimo, senti-a florescer no âmago do meu ser
e chorei.
Chorei
como chora o vento quando erra pelas planícies verdejantes, uivando na
madrugada fria, varrendo os resquícios da noite sem luar.
Chorei
como choram as nuvens cinzentas, desmanchando-se em gotas pesadas, desabando do
céu em torrentes, soluçando trovões e lamentando-se no clarão de um relâmpago.
Chorei
como choram as folhas no outono, que se desprendem de suas árvores e largam-se
na vastidão do mundo para perder-se eternamente.
Chorei
como chora a própria dor, com as lágrimas vertendo do coração, emanando o calor
da alma e imprimindo vida ao pranto.
Chorei,
então a dor tornou-se minha.
A vida de Sangue&Alma
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