segunda-feira, 29 de abril de 2013

Rota 66




Cap.3
            Eu via TV com Alan quando alguém bateu na porta e Charlote atendeu.
            -Bom dia xerife Porter _ela cumprimentou.
            -Bom dia Srª Ross, eu preciso falar com sua sobrinha.
                -A Ella se meteu em confusão?
            -A Srtª Ross foi uma das últimas pessoas a falar com a vítima, preciso apenas de algumas informações.
            Charlote e Alan saíram da sala, deixando-me a sós com o xerife. Ele sentou na poltrona ao meu lado e evitei olhar diretamente aqueles olhos verdes enquanto ele fazia perguntas sobre o horário que voltei para casa, se permaneci em casa desde então e se havia alguém que pudesse confirmar.
            -Há poucos dias a Srtª saiu do reformatório do Kansas, detida pela morte de Tyler Hudson, tem duas tentativas de fuga e inúmeras brigas no seu histórico.
            -Investigando meu passado, xerife? _eu sorri, encarando-o pela primeira vez durante a conversa.
            -Noite passada a Srtª discutiu com o Sr Collin na presença de várias...
            -Isso não quer dizer _interrompi_ que eu matei o cara de porco ou saiba quem nos fez esse favor.
            -A Srtª confirma que a morte do Sr Collin a agrada?
            - O cara era um idiota! Muita gente deve ter gostado da noticia. Mais alguma pergunta?
            -Nenhuma. Por hora. Mas ficarei de olho em você.
            Menos de 48hrs na cidade e o xerife já estava no meu pé, que ótimo! E os outros caipiras também não foram com a minha cara, naquela noite eu consegui mais uma discussão em público.
            Cinco garotas mais ou menos da minha idade estavam no dinner, eram caipiras metidas a besta, lideradas por uma cabeça oca de nariz empinado. A tal líder me olhou de cima a baixo com desdém, cochichou algo para as outras e todas riram, depois derramou metade do refrigerante no balcão e me disse para limpar e levar-lhe outro copo. Percebi o olhar do tio Ben então tentei ser paciente, servi novamente a bebida e enquanto eu limpava o balcão, ela puxou conversa, debochando do meu cabelo e das minhas roupas.
            -Cala a boca, sua hiena caipira,_falei cerrando os dentes_ não aguento mais sua voz irritante! Você precisa das suas bajuladoras te cercando pra se sentir menos burra? Sinto muito, mas são todas inúteis!
            -Garota _ela levantou me olhando de cima_ você sabe com quem está falando?
            -Com uma caipira burra que vai levar um soco se não calar a boca.
            -E quem vai me bater, você garçonete?
            Pulei o balcão e, antes que eu pudesse alcança-la, a garota refugiou-se atrás de um cliente que acabara de chegar. Ela agarrou o cabeça de ovo pelos braços, fazendo dele seu escudo pedindo “Sr Green, socorro, ela está louca!” Tentei puxa-la pelo cabelo, mas tio Ben me deteve e pude apenas ameaça-la.
            -A próxima vez que você cruzar meu caminho eu quebro a tua cara.

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