Cap.5
De qualquer forma, combinamos que
era melhor eu não descer para o trabalho, pelo menos por alguns dias, até a
poeira baixar. Mas era entediante ficar a noite toda em casa, então fui dar uma
volta com Alan, ele disse que me mostraria a cidade e que eu até gostaria de
lá. Meu irmão era um garoto bom, ele via em mim uma doçura há muito tempo
esquecida.
Ao lado dele, o lugar não era tão
ruim, eu nem me importava com as pessoas me olhando torto e tentando não ficar
muito perto de nós. Mas ele se importava. Após alguns minutos, ele me disse
algo estranho.
-Ella, acho que sei quem fez essas
coisas.
-Que coisas?
-Essas de que estão culpando você.
-Sério? E quem seria?
Ele não teve tempo de me falar, o
cabeça de ovo chegou, nos cumprimentou, e insistiu para que o acompanhássemos até
o dinner. Mas Porter estava lá, de olho em mim, e preferi ir para casa, onde
também não pudemos conversar. Alan não queria falar na frente de Charlote, tão
pouco quis me falar quando ficamos a sós, ele queria antes ter certeza.
Na manhã seguinte acordei cedo para
falar com Alan, mas ele não estava no quarto, ou em qualquer parte da casa. Saí
para procura-lo e o que vi me fez cair de joelhos. Ele estava na rua, caído,
ensanguentado, morto. Eu o abracei e fiquei ali chorando, jurando vingança.
Minutos depois, tio Ben desceu nos
procurando e ficou em choque. Em poucos minutos tínhamos uma plateia, dentre
eles o xerife. Pela primeira vez fiquei furiosa ao vê-lo, larguei o corpo do
meu irmão e fui confronta-lo.
-Você ainda acha que fui eu? Acha
que eu mataria meu próprio irmão? Ele era a razão de eu ter vindo à porcaria
dessa cidade! Tudo o que eu queria era estar perto dele! Você é um
incompetente, enquanto me perseguia o verdadeiro assassino o tirou de mim!
-Srtª, entendo que teve uma grande
perda, mas é melhor que se contenha.
-Me conter!? Como vou saber que não
foi você? Posando de bom moço e matando essa gente burra!
-Venha, Ella_ Ben me segurou_ Desculpe,
xerife Porter, minha sobrinha está muito abalada.
Eu não sentia o chão sob meus pés, os
sons e imagens estavam confusos, eu sentia apenas meu coração bater
violentamente e lembrava a última conversa que tive com Alan. “Acho que sei
quem fez essas coisas”.
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