Cap. 6
Durante o velório do meu irmão, eu
conseguia apenas chorar, nem mesmo discuti com Porter quando ele se aproximou,
eu o abracei. Ele ficou surpreso, mas me abraçou de volta. A dor era a mesma de
quando meus pais partiram, mas aquele abraço me fez sentir menos mal.
Não consegui dormir aquela noite e passei
a madrugada no quarto de Alan. Entre suas coisas encontrei um desenho que levei
alguns segundos para entender, mas era óbvio: o assassino. Ele sabia quem era.
Peguei o laptop do tio Ben para ver o que os jornais diziam sobre as mortes, e descobri
que aquele trecho da Rota 66 não era o único onde esse crime aconteceu.
Há exatamente dois anos, o mesmo
aconteceu em Oklahoma e no seguinte no Novo México, sempre seis vítimas em
junho e na Rota 66. Uma das fotos chamou minha atenção, havia um rosto
conhecido, meu irmão estava certo em sua suspeita.
Eu queria mostrar minha descoberta
ao xerife, e não me importava que ainda fossem 6 da manhã, eu tinha que fazer
isso. Saí apressada, em direção à casa do Porter e de longe vi que ele tinha
companhia. O assassino. Ele usava um capuz, mas o reconheci.
Antes que eu pudesse reagir a sua
presença, o desgraçado cravou a faca nas costas do xerife. Eu corri na direção
deles e fui vista, o assassino fugiu, ele era mais rápido que eu. Pedi ajuda a
um dos vizinhos, que, atordoado, nos levou ao hospital.
Porter foi a quinta vítima, ainda
faltava uma e eu não deixaria aquele filho da mãe sair numa boa. Sr Jackson (o
vizinho que nos ajudou) e eu esperávamos no corredor por noticias, ele nervoso
e eu impaciente. Quando o médico saiu, disse que o xerife ficaria bem, o
estrago não fora tão grande.
-Posso vê-lo, doutor?
-Ele está sedado.
-Mesmo assim, cinco minutos apenas.
-Tudo bem, cinco minutos. O xerife precisa
de repouso.
No quarto, Porter parecia dormir
tranquilo e me aproximei. Seu rosto estava tranquilo e era tão belo... Mexi no
seu cabelo, olhando-o com carinho. Eu tinha bons sentimentos por ele, não podia
mais negar. Seus lábios eram atraentes e os beijei de leve.
-Vou pegar quem fez isso.
_falei-lhe, mesmo que não pudesse ouvir_ Vou vingar você, Alan e todos os
outros inocentes, prometo.
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