sexta-feira, 3 de maio de 2013

Rota 66


Cap. 6
            Durante o velório do meu irmão, eu conseguia apenas chorar, nem mesmo discuti com Porter quando ele se aproximou, eu o abracei. Ele ficou surpreso, mas me abraçou de volta. A dor era a mesma de quando meus pais partiram, mas aquele abraço me fez sentir menos mal.
            Não consegui dormir aquela noite e passei a madrugada no quarto de Alan. Entre suas coisas encontrei um desenho que levei alguns segundos para entender, mas era óbvio: o assassino. Ele sabia quem era. Peguei o laptop do tio Ben para ver o que os jornais diziam sobre as mortes, e descobri que aquele trecho da Rota 66 não era o único onde esse crime aconteceu.
            Há exatamente dois anos, o mesmo aconteceu em Oklahoma e no seguinte no Novo México, sempre seis vítimas em junho e na Rota 66. Uma das fotos chamou minha atenção, havia um rosto conhecido, meu irmão estava certo em sua suspeita.
            Eu queria mostrar minha descoberta ao xerife, e não me importava que ainda fossem 6 da manhã, eu tinha que fazer isso. Saí apressada, em direção à casa do Porter e de longe vi que ele tinha companhia. O assassino. Ele usava um capuz, mas o reconheci.
            Antes que eu pudesse reagir a sua presença, o desgraçado cravou a faca nas costas do xerife. Eu corri na direção deles e fui vista, o assassino fugiu, ele era mais rápido que eu. Pedi ajuda a um dos vizinhos, que, atordoado, nos levou ao hospital.
            Porter foi a quinta vítima, ainda faltava uma e eu não deixaria aquele filho da mãe sair numa boa. Sr Jackson (o vizinho que nos ajudou) e eu esperávamos no corredor por noticias, ele nervoso e eu impaciente. Quando o médico saiu, disse que o xerife ficaria bem, o estrago não fora tão grande.
            -Posso vê-lo, doutor?
            -Ele está sedado.
            -Mesmo assim, cinco minutos apenas.
            -Tudo bem, cinco minutos. O xerife precisa de repouso.
            No quarto, Porter parecia dormir tranquilo e me aproximei. Seu rosto estava tranquilo e era tão belo... Mexi no seu cabelo, olhando-o com carinho. Eu tinha bons sentimentos por ele, não podia mais negar. Seus lábios eram atraentes e os beijei de leve.
            -Vou pegar quem fez isso. _falei-lhe, mesmo que não pudesse ouvir_ Vou vingar você, Alan e todos os outros inocentes, prometo.

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